Fim da
corrupção, saúde, educação, não a investimentos para a Copa, não a PEC 37, e o
que tinha motivado tudo isto: a Tarifa Zero. Reuniram-se em frente ao terminal
Ticen os manifestantes. O movimento saiu em direção a Assembleia, seguiu pela
Mauro Ramos e Beira Mar. Mesmo com chuva e frio, o povo permaneceu firme. Depois
de cinco horas, a Polícia Militar já prestes a liberar a ponte, um grupo de
vândalos atirou pedras na PM e um policial foi ferido.
Nos últimos
dias o Brasil pode presenciar o povo nas ruas. Em todo canto ouvia-se “Vem pra
rua, vem”. Florianópolis não ficou alheia a este pedido do povo e mais uma vez
foi para as ruas. No dia 17 de junho a cidade respondeu ao chamado. Mas foi no
dia 20 que o movimento tomou corpo reunindo cerca de 30 mil pessoas.
Florianópolis não foi a primeira cidade a se manifestar, mas deu um exemplo de
cidadania quando mostrou um movimento pacífico. Apenas ao final um grupo que
não representava o movimento causou confusão.
Florianópolis
já havia participado de movimentos importantes como foi a Novembrada em 1979; onde estudantes da Universidade Federal de
Santa Catarina protestaram contra o Regime Militar repudiando o Presidente Figueiredo
em plena Praça XV de Novembro. A data ficou marcada.
Outros
movimentos marcaram a cidade. No dia 31 de maio de 2004 o Movimento Passe Livre (MPL) fez uma grande manifestação na cidade.
Ouve confronto com a polícia. Os jovens pediam Tarifa Zero. A cidade parou por uma semana, era a Revolta das Catracas. O MPL conseguiu a
revogação do aumento das passagens. E no dia 26 de outubro de 2004 seria votada
na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei do Passe Livre Estudantil. Os
estudantes cercaram a Câmara, alguns entraram. Os vereadores saíram pelos
fundos escoltados pela polícia. Somente em 7 de dezembro que a lei passou na
Câmara. Mas ainda precisava ser sancionada pela prefeita Ângela Amin. Era tarde
demais, não havia mais verbas para orçamento. No ano de 2005 o movimento voltou
a parar a cidade e a fechar as pontes. A população assustada, novamente a
Polícia Militar teve que intervir para que a mobilidade não fosse interrompida,
houve novamente confronto. Pessoas que não faziam parte do grupo de
manifestantes provocaram confusão.
No dia 16 de
setembro de 2010 o documentário IMPASSE foi lançado na Reitoria da Universidade
Federal de Santa Catarina. O documentário dirigido pelos jornalistas
catarinenses Juliana Kroeger e Fernando Evangelista, apresentaria as cenas
gravadas em maio e junho de 2004. Apesar de dizer que mostraria a opinião do
povo e dos trabalhadores, apenas o lado dos manifestantes ficou evidente. Não
apresentou o lado do povo, o sofrimento das mães que precisavam pegar ônibus
com crianças pequenas. Pessoas que necessitavam pegar os mesmos ônibus para
consultas médicas ou mesmo para voltar do trabalho.
Em 2013, tudo
foi diferente em Floripa. As manifestações aconteceram na maior parte do tempo
com tranquilidade, sem violência. Gerações que haviam participado da Novembrada, acompanharam os filhos. A
Polícia Militar auxiliou para que o grupo de manifestantes pudessem realizar a
passeata exercendo assim o direito a protestar. Os policiais seguiram abrindo
as ruas e cuidando da segurança do povo e dos manifestantes. O governo federal
já tinha dado o primeiro passo baixando o PIS e o CONFIS das empresas de
transporte. A tarifa de diversas cidades foi reduzida, basta que Florianópolis
siga o mesmo caminho. Muitos foram os movimentos que Floripa acompanhou. Mas o
dia 20 de junho de 2013 com certeza marcará a história da cidade.
Ismênia
Nunes
Por Ismênia Nunes
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