terça-feira, 25 de junho de 2013

Floripa nas ruas






Fim da corrupção, saúde, educação, não a investimentos para a Copa, não a PEC 37, e o que tinha motivado tudo isto: a Tarifa Zero. Reuniram-se em frente ao terminal Ticen os manifestantes. O movimento saiu em direção a Assembleia, seguiu pela Mauro Ramos e Beira Mar. Mesmo com chuva e frio, o povo permaneceu firme. Depois de cinco horas, a Polícia Militar já prestes a liberar a ponte, um grupo de vândalos atirou pedras na PM e um policial foi ferido.
Nos últimos dias o Brasil pode presenciar o povo nas ruas. Em todo canto ouvia-se “Vem pra rua, vem”. Florianópolis não ficou alheia a este pedido do povo e mais uma vez foi para as ruas. No dia 17 de junho a cidade respondeu ao chamado. Mas foi no dia 20 que o movimento tomou corpo reunindo cerca de 30 mil pessoas. Florianópolis não foi a primeira cidade a se manifestar, mas deu um exemplo de cidadania quando mostrou um movimento pacífico. Apenas ao final um grupo que não representava o movimento causou confusão.
Florianópolis já havia participado de movimentos importantes como foi a Novembrada em 1979; onde estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina protestaram contra o Regime Militar repudiando o Presidente Figueiredo em plena Praça XV de Novembro. A data ficou marcada.
Outros movimentos marcaram a cidade. No dia 31 de maio de 2004 o Movimento Passe Livre (MPL) fez uma grande manifestação na cidade. Ouve confronto com a polícia. Os jovens pediam Tarifa Zero. A cidade parou por uma semana, era a Revolta das Catracas. O MPL conseguiu a revogação do aumento das passagens. E no dia 26 de outubro de 2004 seria votada na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei do Passe Livre Estudantil. Os estudantes cercaram a Câmara, alguns entraram. Os vereadores saíram pelos fundos escoltados pela polícia. Somente em 7 de dezembro que a lei passou na Câmara. Mas ainda precisava ser sancionada pela prefeita Ângela Amin. Era tarde demais, não havia mais verbas para orçamento. No ano de 2005 o movimento voltou a parar a cidade e a fechar as pontes. A população assustada, novamente a Polícia Militar teve que intervir para que a mobilidade não fosse interrompida, houve novamente confronto. Pessoas que não faziam parte do grupo de manifestantes provocaram confusão.
No dia 16 de setembro de 2010 o documentário IMPASSE foi lançado na Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. O documentário dirigido pelos jornalistas catarinenses Juliana Kroeger e Fernando Evangelista, apresentaria as cenas gravadas em maio e junho de 2004. Apesar de dizer que mostraria a opinião do povo e dos trabalhadores, apenas o lado dos manifestantes ficou evidente. Não apresentou o lado do povo, o sofrimento das mães que precisavam pegar ônibus com crianças pequenas. Pessoas que necessitavam pegar os mesmos ônibus para consultas médicas ou mesmo para voltar do trabalho.
Em 2013, tudo foi diferente em Floripa. As manifestações aconteceram na maior parte do tempo com tranquilidade, sem violência. Gerações que haviam participado da Novembrada, acompanharam os filhos. A Polícia Militar auxiliou para que o grupo de manifestantes pudessem realizar a passeata exercendo assim o direito a protestar. Os policiais seguiram abrindo as ruas e cuidando da segurança do povo e dos manifestantes. O governo federal já tinha dado o primeiro passo baixando o PIS e o CONFIS das empresas de transporte. A tarifa de diversas cidades foi reduzida, basta que Florianópolis siga o mesmo caminho. Muitos foram os movimentos que Floripa acompanhou. Mas o dia 20 de junho de 2013 com certeza marcará a história da cidade.


Ismênia Nunes
 


Por Ismênia Nunes

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Outono Brasileiro


Divulgação



Outono Brasileiro são as manifestações do povo no Brasil e que ocorreram a partir de junho de 2013. Mas antes de falarmos destas manifestações, faremos uma breve retrospectiva das que marcaram o país.





 Por: Ismênia Nunes


Fazendo uma retrospectiva as manifestações anteriores não podemos deixar de relembrar o ano de 1979. Conhecida como Novembrada à manifestação popular ocorreu em Florianópolis em 30 de novembro e aconteceu bem no centro de Florianópolis, entre a Praça XV de Novembro e o Senadinho, quando o então presidente Figueiredo aqui esteve. Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina resolveram manifestar seu descontentamento com o governo; cerca de 4 mil estudantes protestaram.
Em 1983 o povo pintou a cara e levou bandeiras do Brasil para as ruas. Desta vez era o Brasil a protestar, a exigir. Os protestos foram conhecidos como Diretas Já. O Movimento das Diretas iniciou em Pernambuco no pequeno município de Abreu e Lima em 31 de março de 1983. Logo foi se espalhando para outras cidades até atingir todo o país; houve repressão e censura a imprensa. O Movimento - Diretas Já - resistiu nos anos de 83 e 84. No dia 15 de janeiro de 1985, foi eleito pelo Colégio Eleitoral, por eleição indireta, Tancredo Neves. Porém, faleceu antes de assumir. Seu vice, José Sarney assumiu em seu lugar e foi o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura. Mais de um milhão de pessoas apoiaram a causa das Diretas Já. Em 1988 uma nova constituição foi aprovada.

OS CARAS PINTADAS

Mas foi em 1992 que os manifestantes ficaram conhecidos por Caras Pintadas. O povo foi para as ruas exigir a saída do presidente Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente eleito pelo povo. O Brasil foi o primeiro país a realizar um impeachment na América Latina. O manifesto que contou com vários estudantes e outras pessoas do povo ficou conhecido como FORA COLLOR. Cerca de 100 mil pessoas acompanharam a votação do impeachment de Collor no Congresso e que foi aprovado com 441 votos a favor e 38 contra.
Depois de tantos protestos e Caras Pintadas foi à vez do Brasil ir para as ruas reclamar por seus direitos. E foi em 17 de junho de 2013, que o movimento também designado Outono Brasileiro teve início em São Paulo e foi logo seguido por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Milhares de pessoas foram às ruas. O movimento iniciado nas redes sociais, principalmente Facebook e Twitter reuniu milhares de pessoas no Brasil e foi também apoiada por brasileiros em outros países. As manifestações que iniciaram sem muita organização e até com violência foi crescendo e tomando corpo. Outros protestos organizados pelas redes sociais ocorreram no Egito e ficou conhecido como Primavera Árabe ocorreu em 2010.

QUEBRA-QUEBRA
           
Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro foram às cidades onde mais ocorreram quebra-quebra, vandalismos e violência. Dois grupos faziam parte das manifestações: O grupo de Manifestantes que queriam realmente fazer seus protestos pacificamente e o grupo Vândalos. O número de pessoas era imenso. Rio de Janeiro chegou a registrar 100 mil pessoas. O povo pedia desde a redução da tarifa de ônibus até a retirada da votação da PEC 37. Os protestos eram diversificados. Além disso, reclamavam da Saúde, Educação e da Corrupção. Os cartazes anunciavam:
 Saímos do Facebook, Não queremos a Copa queremos Educação, Se a tarifa não baixar a cidade vai parar! Educação, Saúde, Não a Corrupção, Nenhum partido me Representa, Não a PEC 37.
Em meio à violência do segundo grupo, os vândalos; os manifestantes legítimos ofereciam flores aos policiais. Nas cidades do sudeste do Brasil os confrontos eram mais visíveis. Pedras, spray de pimenta, balas de borrachas, bombas de gás. Era o que se presenciava. São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro foram os principais alvos de violência. O patrimônio público também foi pichado e depredado. Bancos e empresas particulares sofreram saques. Os manifestantes pediam paz e diziam que queriam fazer um protesto Sem Violência; mas os vândalos quebravam, saqueavam e queimavam tudo que vissem pela frente. O povo pintou o rosto de Verde e Amarelo e foi para as ruas. Muitos usavam mascaras.
Desde o dia 17 de junho quando as manifestações iniciaram em São Paulo, nenhum dia foi tão acentuação como a quinta-feira, 20 quando praticamente todo Brasil já tinha aderido às manifestações. E nem mesmo a chuva e ou frio impediram que o povo fosse as ruas reclamar seus direitos.




terça-feira, 18 de junho de 2013

OAB/SC acompanhará protestos em Santa Catarina

 
Divulgação


A OAB/SC designou grupo de advogados ligados às áreas de Direitos Humanos e Segurança Pública para o acompanhamento das manifestações já marcadas para ocorrer em Florianópolis e outras cidades do Estado. Protestos contra o aumento das passagens de ônibus começaram na semana passada em São Paulo e se espalharam pelo Brasil, incorporando uma série de outras reivindicações. A OAB/SC defende o direito à livre manifestação e a realização de protestos pacíficos.

“O objetivo é garantirmos aos cidadãos o direito às liberdades de associação e de expressão, garantido pela Constituição. Pedimos respeito do Estado e dos manifestantes para que tudo transcorra de forma pacífica e tranquila”, disse o presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho. O vice-presidente da OAB/SC, Marcus Antônio Luiz da Silva, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Seccional, o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais, Victor da Luz Fontes, e os conselheiros Leonardo Pereima e Leandro Gornicki Nunes, vão acompanhar as manifestações.

Em nota divulgada na segunda-feira (17), o Conselho Federal da OAB conclamou as autoridades a “respeitar o direito de livre manifestação e impedir uso excessivo de força policial, que põe em risco a integridade física e até mesmo a vida de pessoas que exercitam o direito constitucional de liberdade de expressão”. Aos manifestantes, a OAB solicitou empenho na condução de atos pacíficos, respeitando os patrimônios públicos e privados.
 
 Fonte: A ssessoria de Comunicação da OAB/SC
 Enviado Por: Juliano Nunes - AllPrint

O povo domina as ruas do Brasil


Foto: Acorda Brasil - Assembleia Legislativa


 Por: Ismênia Nunes

     Em todo país, dezenas, milhares de pessoas marcham pelas ruas. “Os Caras Pintadas”, dos anos noventa, parecem ter saído das cinzas. O povo foi às ruas, e a quantidade de pessoas que brotou do nada e invadiu as cidades é imensa. Surgiram manifestantes de todos os lugares. De repente as cidades do Brasil se tornou uma via de mão única para manifestantes que gritam aos quatro ventos.

                São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília passaram a ser palco de manifestações, debates, violência, quebra-quebra, incêndio. O bem público não é mais respeitado. As pessoas de bem, perderam o direito de ir e vir. Nem parecem seres pensantes. Pois que, não só reivindicam direitos, mas quebram, queimam, jogam pedras, picham o bem público. Por um lado, reclamam seus direitos, no mesmo instante quebram e destroem o que eles mesmos pagaram com seus impostos.

                Há poucos dias milhares de pessoas foram até as agências bancárias,  receber o Bolsa Família. Rumores diziam que o benefício iria acabar. E tal como as manifestações que agora ocorrem pelo país, ocorreu de repente, e em todo Brasil. Dias depois, soube-se que estas mesmas pessoas teriam recebido ligações de telemarketing “informando” o fim do benefício. O beneficio não acabaria. O que estaria acontecendo na verdade era uma forma de atingir o governo federal com boatos mentirosos.  O povo foi aos bancos, as ruas, criando confusão.

                Desta vez, em número bem maior, o povo voltou às ruas. Qual o verdadeiro motivo para que tantas pessoas em todo país marchem pelas ruas? No Rio de Janeiro falou-se em 100 mil pessoas. São Paulo e Brasília igualmente tinham um número elevado de manifestantes que “reclamavam o preço das passagens”, entre outras coisas. O motivo seria realmente este? Em toda multidão era visível bandeiras da oposição. Estaria próximo um novo golpe de estado? O que na verdade existe por detrás disto? O povo estaria sendo manipulado? Este não é o nosso Brasil. Podemos protestar, podemos reclamar de nossos direitos, mas não desta forma, destruindo nosso patrimônio. Iniciando uma verdadeira guerra. O povo brasileiro quer se igualar os países em guerra? Quer abraçar a causa do olho por olho, dente por dente, defendido por países de quinto mundo?

sábado, 15 de junho de 2013

OAB/SC e prefeitura de Florianópolis oficializam cessão de estacionamento e contrapartida social


Tullo Cavalazzi Filho e Cesar Souza Júnior  
 
O presidente da OAB/SC, Tullo Cavalazzi Filho, e o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, oficializaram nesta segunda-feira (10) a cessão de uso do estacionamento para advogados em frente ao TJ/SC. Como contrapartida, a OAB/SC participará do projeto Prefeitura Cidadã com a prestação de orientação jurídica à comunidade.
As 40 vagas de estacionamento já estão abertas aos advogados de todo o Estado, mediante a apresentação da credencial da OAB/SC. “Os primeiros beneficiados serão os advogados do interior, que chegavam a perder audiências no TJ/SC pela dificuldade em estacionar na região, atingindo diretamente seus clientes com prejuízos aos seus processos judiciais”, disse Cavallazzi. O presidente ressaltou que a área será o maior estacionamento exclusivo a advogados junto aos tribunais de justiça em todo o Brasil.
As vagas eram uma antiga reivindicação dos advogados. A articulação, conduzida pelo presidente da Ordem, o presidente da Comissão de Assuntos Judiciários, César Winckler, o presidente da Comissão de Assuntos da Capital, José Peixoto, e o Conselheiro Estadual Eduardo Pizzolatti, começou ano passado, antes mesmo da posse oficial da diretoria.
Como contrapartida social à cessão do estacionamento, a OAB/SC assinou termo de parceria e cooperação com a prefeitura para que a Comissão OAB Cidadã acompanhe o Projeto Prefeitura nos Bairros prestando gratuitamente orientação jurídica na comunidade. Segundo a presidente da Comissão, Anna Maria Teixeira Ramella, “a atuação da OAB Cidadã tornará mais amplo o atendimento do projeto Prefeitura no Bairro, pois além de prestar assistência à pessoa física, serão prestadas orientações a entidades do terceiro setor, como associações, conselhos comunitários, ONGs e OSCIP’s (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)”.
O prefeito da capital destacou a importância das parcerias entre as duas instituições. “Queremos ampliar a parceria da prefeitura com a OAB/SC, principalmente na promoção e defesa dos direitos do cidadão, onde a OAB/SC tem uma tradição histórica. E a cessão do estacionamento é nosso apoio ao advogado, para que possa exercer um dos direitos fundamentais da cidadania que é o acesso à Justiça e o apoio ao cidadão”, observou Cesar Souza Junior.

Fonte: Assessoria de Comunicação da OAB/SC
Enviado Por: Juliano Nunes - All Print

terça-feira, 4 de junho de 2013

As Flores do Jardim








Todos os dias era a mesma coisa. O dia amanhecia. O sol lá estava...
Todas as manhãs eram assim... No jardim flores de todos os tipos e cores: lírios, crisântemos, margaridas, dálias, rosas e jasmins.
Borboletas de todas as cores por ali circulavam... Beija-flores iam e vinham por entre as rosas, lírios e jasmins. Os canários rodopiavam e faziam sua cantoria no jardim... Os Bem-te-vis davam seus recados e até os quero-queros vinham dar o bom dia aquele lindo jardim.
E era assim todos os dias... Todos os dias a vovó Lúcia acordava cedinho. Cinco horas da manhã. Fazia o café. A neta dormia...
A neta que ela adotara, perdera os pais ao nascer... E hoje era seu aniversário, completava 20 anos. Fazia faculdade e em breve se formaria.
O jardim estava lá todos os dias e a vovó também... A vovó Lúcia não esquecia dos seus dois amores: A neta e as flores, por isso cuidava com todo amor de ambas. Depois de fazer o café para a neta ia até seu jardim. Já era 6h. Hora de regar as flores. Era sagrado, tinha até hora marcada: 6 da manhã e 6 da tarde. Vovó Lúcia dizia sempre a neta: _ As plantinhas sentem e estão vivas! Olhe como estão felizes; cada dia mais lindas... Precisas ver o jardim!
Mas a neta não lhe dava ouvidos. E dizia: _ Vovó, já viu quanto gasta de água com essas flores todos os dias?
Nunca fiquei pensando o quanto gastei de água enquanto tomavas aqueles banhos demorados ou mesmo quando você comprou a piscina... (pensava)
Vovó Lúcia permanecia regando e sorria ao ver aquele lindo jardim.
_ Vovó, a senhora gasta muita água... A neta estudava Recursos Hídricos. Estava explicado. Quando Lúcia voltava do jardim, passava pela área onde ficavam as violetas. Parava e conversava com elas: _ Bom dia minhas lindas! Continuem assim...
As violetas estavam floridas e era difícil de comparar a beleza das flores.
Os anos passam e um dia Lúcia é tomada por um mal súbito. Sente saudades do perfume das flores, mas não pode visitá-las. Não pode nem regá-las. Doente, com idade avançada, sem forças nem para regar as flores, Lúcia expira e parte. Restou a neta e as flores, seus únicos amores ali ficaram. Lúcia foi.
Passados algumas semanas, a neta que não tinha os mesmos hábitos da avó, esquecera que aquelas flores eram seres vivos e que não poderiam sobreviver sem o líquido precioso que sua avó lhes dava todos os dias. As violetas, não tinham mais nenhuma flor. Algumas já estavam morrendo. E o jardim?
Ninguém acreditava que no meio daquele monte de galhos secos um dia existiu flores...

Cuidar da natureza, poupar água, cuidar das árvores, evitar que sejam cortadas. Poupar papel, reaproveitar, reciclar, não gastar água lavando calçadas. Tudo isto faz parte de nosso cuidado com a natureza e o meio ambiente. Mas não podemos fazer tudo isto se esquecendo das pessoas e da vida. Precisamos sim preservar a vida e acima de tudo valorizar aqueles que estão ao nosso lado e seus valores.

Ismênia Nunes
Semana do meio ambiente – 04-05-13 / 19h13